Biocentrismo del sueño

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Quando conheci as fotografias da Carla Fernandez Andrade, fiquei logo com vontade de partilhar com o mundo as suas imagens; e quando fui espreitar o seu site, fui engolida pela magia que todas elas contêm.

Ainda que inicialmente estivesse deliciada a clicar de foto em foto em busca das fotos certas para mostrar o seu trabalho, percebi que seria uma tarefa inglória, visto que escolher umas seria sacrificar outras; e tirá-las da sua série seria assassinar um conjunto poético visual. Por esta razão, optei por escolher apenas uma (em baixo da série Biocentrismo del sueño). Não porque é melhor do que as outras, mas porque me parecia fazer mais sentido. Podia ter sido outra qualquer. Teria cumprido a mesma função. Acho que o resto ficará ao critério de quem tiver vontade de ver o restante.

Pareceu-me também que colocar texto à frente, atrás, ao lado ou por cima desta imagem não a deixaria respirar livremente como ela precisa. Preferi deixá-la viver sozinha no fundo branco da cidade perdida, durantes uns tempos.

Finalmente, e ainda que não ache que fosse necessário justificar tecnicamente o seu trabalho, já que creio que se percebe logo que é para ser sentido e não explicado, o trabalho desta jovem fotógrafa galega é feito em analógico, tornando o "erro" fotográfico - bem presente, por exemplo, na série Primary Mist Landscapes - uma parte interessante do processo, que o torna ainda mais orgânico (à falta de um melhor adjetivo) e nos ajuda a testemunhar em primeira pessoa a "Alegoría del engaño sensorial" e a "Metáfora de fragilidad", que ela própria menciona.

Parece que a qualquer momento vamos acordar do transe e as imagens que tínhamos à nossa frente desaparecerão, com uma brisa de vento.