Nem só de sabão vive o homem
by Palaroide
Numa época do industrial, massificado, plástico, rápido, impessoal, despersonalizado e etc, vão bem-sucedendo conceitos orgânicos e biológicos e personalizados e o nome que lhes quisermos dar.
Para além dos objetos de autor que se vão encontrando aqui e ali, há os conceitos de autor(es), que repensam alguns modelos atuais.
Lembro-me de alguns como os jardins verticais, a agricultura urbana e a cultura (deixem-me inventar um conceito) biológica.
O que é a cultura biológica?
Conceito de AgriCultura Biológica (adaptado daqui click)
A agricultura biológica é um tipo de agricultura que dispensa a utilização de todo o tipo de produtos químicos quer na fertilização, quer nos tratamentos, permitindo assim a obtenção de produtos biologicamente puros e isentos de qualquer poluição agrícola cultural. Pretende-se assim aumentar o valor nutritivo dos alimentos das ideias e simultaneamente manter um elevado grau de fertilidade do solo da imaginação e pensamento crítico.
Este tipo de agricultura é, em certa medida, um regresso ao passado pois coloca de novo a ênfase na associação entre a policultura e a criação de gado pessoas, na rotação e diversidade de culturas e na utilização de fertilizantes fertilizantes naturais tal como o estrume as ideias próprias em lugar de adubos químicos pensamentos de massa, o que favorece a vida microbiana e impede o surgimento de determinadas doenças.
Um dos exemplos recentes deste conceito biológico de cultura, e inserido já em 2011, na programação da Capital Europeia da Cultura, foi e é o Guimarães noc noc. Este movimento deixou nas mãos dos artistas a responsabilidade de mostrar o seu trabalho, tornando os lugares mais improváveis (casas particulares, garagens, ruas, esquinas, edifícios devolutos, etc) tão válidos como qualquer museu ou galeria, mas desburocratizando todo o processo de mostra. Com isso aproximou público e artistas. E juntou artistas de variadas áreas (em 2011 foram 300, por exemplo), de onde resultaram novas colaborações e novos trabalhos. Usando um paralelismoalgo bastante rebuscado com a ideia de McLuhan que "o meio é a mensagem", parece que para o G noc noc, o espaço físico (galerias e museus que carimbam a qualidade dos trabalhos) deixa de ser a mensagem, transformando o artista - e a sua obra - na mensagem. Sem intermediários de colarinho branco.
Para contextualizar, convém referir que este movimento nasce e cresce num momento em que a comunidade artística e pensante local estava de costasrevoltadas a um grandioso e imponente importante evento - CEC 2012 -, que se esquecia desta "cultura biológica" e se fechava em conceitos complicados e rebuscados e que ninguém (ou pelo menos eu) entende verdadeiramente. Isso e de grandes nomes. Quando na verdade tudo o que as pessoas queriam eram um raminho de manjericão plantado num vaso de barro, no parapeito da janela. E foi um sucesso.
Daqui, aqui já sou eu a atrever-me a dizer, surge uma nova artéria no direcionamento da Capital da Cultura. Não digo que seja a artéria principal, mas que se torna imprescindível (este aproximar da arte às pessoas e dos artistas ao público, fazendo com que o público deixe de ser um espetador passivo e que o artista seja menos hermético). Talvez seja uma tendência geral, e não apenas local. No seguimento deste bater às portas, nasceram projetos que seguem a "linha biológica". Ou usando asnovas palavras da instituição: eu faço parte. Ou como trazem outros ao peito: eu faço parte.
Um deles é Cartografias da Memória e do Quotidiano, que por um lado documenta o processo de produção, e por outro convida o cidadão a pegar num mapa e a procurar os outdoors distribuídos pela cidade e região.
Mas na verdade, serve este texto para contar que recentemente conheci uma banda portuguesa, num evento que se chama Mi Casa Es Tu Casa, também no âmbito da programação CEC 2012. Passei um belo dia de casa em casa, a tentar ouvir bandas - umas conhecidas e outras menos - em salas de estar de pessoas que não conheço.
A banda que vi chama-se Anaquim (Ana & Quim ou Anakim Skywalker?), e só para situar quem não conhece, eu diria que são uma espécie de Sérgio Godinho, de óculos de massa, na casa dos 30 e com uma pitada de crítica político-social e que se riem deles próprios (auto-humor?).
É provável que esta banda nunca me chamasse a atenção, não fosse a proximidade e o ambiente "biológico" durante o concerto.
E tive a sorte de ver o concerto numa das casas (construída nos anos 60) maisbonitas belas, onde jamais estive. A foto que se segue é de lá.
Um dos exemplos recentes deste conceito biológico de cultura, e inserido já em 2011, na programação da Capital Europeia da Cultura, foi e é o Guimarães noc noc. Este movimento deixou nas mãos dos artistas a responsabilidade de mostrar o seu trabalho, tornando os lugares mais improváveis (casas particulares, garagens, ruas, esquinas, edifícios devolutos, etc) tão válidos como qualquer museu ou galeria, mas desburocratizando todo o processo de mostra. Com isso aproximou público e artistas. E juntou artistas de variadas áreas (em 2011 foram 300, por exemplo), de onde resultaram novas colaborações e novos trabalhos. Usando um paralelismo
Para contextualizar, convém referir que este movimento nasce e cresce num momento em que a comunidade artística e pensante local estava de costas
Daqui, aqui já sou eu a atrever-me a dizer, surge uma nova artéria no direcionamento da Capital da Cultura. Não digo que seja a artéria principal, mas que se torna imprescindível (este aproximar da arte às pessoas e dos artistas ao público, fazendo com que o público deixe de ser um espetador passivo e que o artista seja menos hermético). Talvez seja uma tendência geral, e não apenas local. No seguimento deste bater às portas, nasceram projetos que seguem a "linha biológica". Ou usando as
Um deles é Cartografias da Memória e do Quotidiano, que por um lado documenta o processo de produção, e por outro convida o cidadão a pegar num mapa e a procurar os outdoors distribuídos pela cidade e região.
Mas na verdade, serve este texto para contar que recentemente conheci uma banda portuguesa, num evento que se chama Mi Casa Es Tu Casa, também no âmbito da programação CEC 2012. Passei um belo dia de casa em casa, a tentar ouvir bandas - umas conhecidas e outras menos - em salas de estar de pessoas que não conheço.
A banda que vi chama-se Anaquim (Ana & Quim ou Anakim Skywalker?), e só para situar quem não conhece, eu diria que são uma espécie de Sérgio Godinho, de óculos de massa, na casa dos 30 e com uma pitada de crítica político-social e que se riem deles próprios (auto-humor?).
É provável que esta banda nunca me chamasse a atenção, não fosse a proximidade e o ambiente "biológico" durante o concerto.
E tive a sorte de ver o concerto numa das casas (construída nos anos 60) mais
drimiri@aCasaMaisLinda