"Dig, Lazarus, Dig!!!"
A minha primeira vez foi com o Nick Cave.
Já lá vão muitos anos e depois dele vieram muitos. Dezenas, talvez centenas.
Mas não há vez como a primeira!
Como ainda andava pela pré-adolescência, foi difícil convencer os meus pais. Mas depois de muita insistência - talvez vencidos pelo cansaço - lá cederam e fui transportada de Vila do Conde até ao Porto, com mais 10 amigos, num camião de caixa aberta. Claro que íamos todos "na caixa".
Quase parece um ritual de iniciação e provação.
Imaginem-se uma adolescente de 13 anos. Agora, imaginem qual é a pior coisa que poderia acontecer?
Serem descarregados, em frente ao Coliseu do Porto, antes de um concerto cheio de gente, de uma caixa aberta, de um camião.
Era isso ou não ir ao concerto. E a ideia de sair do camião, na esquina anterior, claro que estava fora de questão. Porque com o senhor meu pai, as coisas são para ser assumidas até ao fim. Sem vergonhas.
Adorei o concerto, claro! E por sorte fiquei, juntamente com uma série de meninas novinhas e giras, entre as grades e o palco. Um confortável privilégio, portanto.
Para mim aquilo era como ouvir o CD, mas melhor, porque tinha ali o Nicolau a cantar em directo. Incomodou-me o histerismo das meninas, que não se conformavam com o facto de eu não tocar no Nick. Senti-me de tal forma pressionada, que lá lhe fui passando a mão pelo pêlo, porque já me começava a sentir como uma Benfiquista infiltrada numa claque do F.C.P.
Mas o que me vai ficar desse concerto, é a história de uma rapariga gótica, de cabelos até aos pés, que conheci nessa noite. Dizia estar muito contente, por estar ali juntinho ao palco e com um pouco de sorte, no fim, escolhiam algumas para ir aos bastidores. Até estremeci de alegria, com a ideia de estar com o Nick, poder fazer-lhe perguntas, conversar com ele... Tocar-lhe ainda era como o outro, mas conversar com ele, isso sim, seria altamente... No meio do seu histerismo e entusiasmo, a tal rapariga, que na altura me parecia mais velha que eu, e por isso teria no máximo 15 anos, contou-me que tinha perdido a virgindade com o baterista dos Tarântula (ou coisa que o valha) e que nessa noite esperava poder "estar" com o Nick ou com o Blixa.
Já tinha tido que ir na caixa aberta de um camião, já tinha tido que tocar no Nick Cave para não ser linchada, mas a ideia de ser a escolhida para ir fazer um "servicinho" a algum dos Bad Seeds causou-me algum desconforto. Não é que eu não gostasse deles, mas parecia-me demais.
Portanto, antes do primeiro "ancore", pus-me na alheta, porque com a minha sorte, lá ia ser eu a escolhida e como é que eu ia dizer que não, à frente daquelas fãs histéricas? É chato...
E isto para dizer que o Nick Cave vai lançar álbum em Março de 2008: "Dig, Lazarus, Dig!!!"
Espero que venha à Península Ibérica. Se assim for, pego na minha amiga Lu - Clarita, para a Blogosfera - e qual adolescentes vamos vê-lo.
Desta vez fico até ao fim.
Já lá vão muitos anos e depois dele vieram muitos. Dezenas, talvez centenas.
Mas não há vez como a primeira!
Como ainda andava pela pré-adolescência, foi difícil convencer os meus pais. Mas depois de muita insistência - talvez vencidos pelo cansaço - lá cederam e fui transportada de Vila do Conde até ao Porto, com mais 10 amigos, num camião de caixa aberta. Claro que íamos todos "na caixa".
Quase parece um ritual de iniciação e provação.
Imaginem-se uma adolescente de 13 anos. Agora, imaginem qual é a pior coisa que poderia acontecer?
Serem descarregados, em frente ao Coliseu do Porto, antes de um concerto cheio de gente, de uma caixa aberta, de um camião.
Era isso ou não ir ao concerto. E a ideia de sair do camião, na esquina anterior, claro que estava fora de questão. Porque com o senhor meu pai, as coisas são para ser assumidas até ao fim. Sem vergonhas.
Adorei o concerto, claro! E por sorte fiquei, juntamente com uma série de meninas novinhas e giras, entre as grades e o palco. Um confortável privilégio, portanto.
Para mim aquilo era como ouvir o CD, mas melhor, porque tinha ali o Nicolau a cantar em directo. Incomodou-me o histerismo das meninas, que não se conformavam com o facto de eu não tocar no Nick. Senti-me de tal forma pressionada, que lá lhe fui passando a mão pelo pêlo, porque já me começava a sentir como uma Benfiquista infiltrada numa claque do F.C.P.
Mas o que me vai ficar desse concerto, é a história de uma rapariga gótica, de cabelos até aos pés, que conheci nessa noite. Dizia estar muito contente, por estar ali juntinho ao palco e com um pouco de sorte, no fim, escolhiam algumas para ir aos bastidores. Até estremeci de alegria, com a ideia de estar com o Nick, poder fazer-lhe perguntas, conversar com ele... Tocar-lhe ainda era como o outro, mas conversar com ele, isso sim, seria altamente... No meio do seu histerismo e entusiasmo, a tal rapariga, que na altura me parecia mais velha que eu, e por isso teria no máximo 15 anos, contou-me que tinha perdido a virgindade com o baterista dos Tarântula (ou coisa que o valha) e que nessa noite esperava poder "estar" com o Nick ou com o Blixa.
Já tinha tido que ir na caixa aberta de um camião, já tinha tido que tocar no Nick Cave para não ser linchada, mas a ideia de ser a escolhida para ir fazer um "servicinho" a algum dos Bad Seeds causou-me algum desconforto. Não é que eu não gostasse deles, mas parecia-me demais.
Portanto, antes do primeiro "ancore", pus-me na alheta, porque com a minha sorte, lá ia ser eu a escolhida e como é que eu ia dizer que não, à frente daquelas fãs histéricas? É chato...
E isto para dizer que o Nick Cave vai lançar álbum em Março de 2008: "Dig, Lazarus, Dig!!!"
Espero que venha à Península Ibérica. Se assim for, pego na minha amiga Lu - Clarita, para a Blogosfera - e qual adolescentes vamos vê-lo.
Desta vez fico até ao fim.